A autenticidade de mensagens psicografadas é comprovada através da grafoscopia, de acordo com o trabalho do perito Dr. Carlos Augusto Perandrea. Ele é autor do livro "A Psicografia à Luz da Grafoscopia", uma obra inédita no cenário científico mundial, publicada na Revista Científica Semina da Universidade Estadual de Londrina.
No referido trabalho, Perandrea realiza uma análise comparativa da letra padrão de um indivíduo antes da morte com as mensagens psicografadas após o falecimento. Esse exame é conduzido de maneira técnica, resultando em laudos que confirmam a autenticidade gráfica das comunicações psicográficas.
O Dr. Perandrea, que também foi professor na Universidade Estadual de Londrina, Paraná, atuou como criminólogo e perito judiciário em documentoscopia. Sua experiência inclui mais de quatro décadas de ensino universitário, com destaque para disciplinas como Medicina Legal, Identificação Datiloscópica e Grafotécnica no curso de Direito.
Ao analisar mais de 400 psicografias recebidas pelo médium Chico Xavier, o perito confirmou a autoria gráfica dessas mensagens, comparando-as com a grafia das pessoas em vida. Essa evidência seria uma prova substancial da continuidade da consciência humana após a morte física.
Dos 400 casos examinados, 398 foram corroborados por outros peritos na área, resultando em uma confiabilidade superior a 99,5%. Essa autenticidade foi publicada na Revista Semina da Universidade de Londrina em 1990 e apresentada em um congresso nacional sem contestações diante de uma audiência de mais de 500 profissionais e peritos da área.
O método grafoscópico utilizado por Perandrea é aberto a investigações e amplamente reconhecido pela justiça em âmbito global, sendo empregado tanto para condenar quanto para absolver em diversos casos. A metodologia aplicada pelo perito é considerada padrão na Grafoscopia Judiciária, uma área que conta com sólido respaldo científico ao longo de décadas.
O caso Ilda Mascaro Saullo
Chico Xavier, renomado médium brasileiro, dedicou-se à psicografia de inúmeras cartas consoladoras destinadas aos entes queridos que haviam deixado este plano terreno. Essas mensagens eram enviadas pelos parentes que residiam além da vida, e muitas delas revelavam nomes completamente desconhecidos pelo próprio médium, apresentando a peculiaridade de serem escritas com a mesma grafia dos falecidos.
Um dos casos particularmente intrigantes, analisados pelo perito grafotécnico Perandréa, refere-se à mensagem psicografada por Chico Xavier em 22 de julho de 1978, na língua italiana. É relevante destacar que Chico não possuía domínio do idioma italiano. A mensagem em questão era atribuída ao espírito de Ilda Mascaro Saullo, que havia desencarnado em Roma em 20 de dezembro de 1977, endereçada aos seus familiares residentes no Brasil.
Ao submeter a mensagem psicografada aos rigorosos exames baseados em estudos técnico-científicos de grafoscopia, a perícia foi capaz de comprovar, sem margem para dúvidas, a veracidade da mensagem. Os resultados obtidos foram categóricos:
"A mensagem psicografada por Francisco Cândido Xavier em 22 de julho de 1978, atribuída a Ilda Mascaro Saullo, apresenta evidências fotográficas, tanto em termos de 'quantidade' quanto de 'qualidade', que possuem características gráficas consideráveis e irrefutáveis o suficiente para a revelação e identificação de Ilda Mascaro Saullo como a autora da mensagem em questão."
Durante um extenso período, prevaleceu a crença de que nas inúmeras cartas psicografadas por Chico Xavier, a caligrafia do falecido seria replicada de maneira perfeita. Contudo, somente um estudo sobre o tema emergiu, conduzido pelo perito em grafoscopia Carlos Augusto Perandréa. Em sua pesquisa, o perito corroborou apenas um caso de psicografia, especificamente o de Ilda Mascaro Saullo.
Reportagem do Fantástico na TV Globo em 1991
Conclusão
Para aqueles céticos que ainda hesitam em aceitar a possibilidade da vida após a morte, é crucial enfrentar algumas interrogações intrigantes relacionadas ao notável médium Chico Xavier:
- 1. Como explicar a habilidade de Chico Xavier em reproduzir a escrita quase exata da pessoa falecida?
- 2. Qual o mistério por trás de sua capacidade de redigir em um idioma que ele não dominava?
- 3. De que maneira seria possível que Chico Xavier transcrevesse detalhes íntimos da vida do falecido, dos quais ele não possuía conhecimento prévio?
Além disso, considerando que a Grafoscopia é uma técnica amplamente reconhecida e aceita nos dias de hoje para resolver questões criminais, autenticar documentos e determinar a autoria de escritos, surge a seguinte reflexão:
Como podemos questionar a credibilidade dessa técnica quando aplicada à autenticação das psicografias realizadas por Chico Xavier? O desafio está em conciliar a racionalidade cética com as evidências tangíveis que apontam para fenômenos que transcendem os limites da compreensão convencional.
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